Algumas lembranças de Ricardo Boechat, meu professor por alguns períodos, na Faculdade da Cidade, que morreu nesta segunda-feira (11/02): em setembro do ano passado, liguei pro seu celular, mas não completava a ligação. Quando comentei, depois ter achado que ele tinha mudado o número (como assim jornalista que fica trocando o celular?), ele falou: “O que mudou, e dramaticamente para pior, foi o nosso mercado, com veículos de todas as mídias botando gente na rua”. Em e-mail de setembro do ano passado, escreveu: “É angustiante ver veteranos da minha geração, com os quais convivi por décadas, perambulando atrás de emprego nas redações. Os tempos estão sombrios; lamento não ter palavras de alento para compartilharmos”. Isso mostra uma das qualidades de Boechat, a quem tanto devo: tinha sempre um olhar pro outro. Tão importante quanto dar a notícia, era creditar, reconhecer e elogiar o trabalho dos colegas. Penso que nunca me perdoei por não ter aceitado um convite para ir...